Tempo, o tempo já
nem passa
Relógio a lutar
contra o fluente sentido
Modificando o prumo
e nem foi trapaça
Quanto espaço ao meu
tempo faltaria?
Tempo sem tempo,
tempo sem graça
Vida sem tempo,
nunca me acha
Agoniza no peito o
tempo que abraça
Feliz as crianças
que desconhecem
-as linhas tênues do
tempo que descompassa-
A Menina que sonha
viver liberdade
A força do tempo
enrola, embaraça
E nem imagina “a lei
natural dos encontros”
Já sente falta do tempo
em que era “comparsa”
Se presente o destino,
se vidente o passado...
Ainda nem foi, mas a
saudade se faça,
presente - em futuro
perfeito e abstrato!
(Iberê Martí)
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