Por Mário Paulo A. Hennrichs
Sentado num bar sozinho, ouvindo um som qualquer e
com um copo de um bom e velho Domeq
bem na sua frente.
Por que você está sentado sozinho?
Talvez...
Talvez o que?
Talvez eu queira ficar um pouco sozinho pra pensar
na vida.
Talvez eu quisesse tomar um conhaque sozinho.
Talvez eu esteja esperando ela descer o lance de
escadas e vir perguntar a mesma coisa.
Talvez eu responda que estava lá talvez por
mim.
Talvez eu responda que estava lá porque tinha
esperança de encontra-la naquela noite.
Talvez eu apenas dê uma risadinha sem graça e
ofereça uma cadeira.
Talvez ela sente, talvez ela vá encontrar alguns
amigos.
Talvez ela nunca chegue, talvez ela nem exista.
Talvez eu precise de um psicólogo.
Talvez eu seja um ‘sadomasoquista’ mental e nem
saiba.
As vezes eu não sei realmente se estou me sentindo
sozinho ou se eu quero me sentir sozinho.
As vezes não sei se eu conto desses problemas pra
dividi-los e aliviar meu fardo ou se eu conto pra ganhar um pouco de pena e atenção.
Talvez seja um pouco de cada.
Estou carente ou eu quero estar?
Ninguém gosta de ficar abatido, por isso eu nunca
(quase nunca) pareço estar triste.
Queria ser um pensador, as vezes eu simplesmente
não penso em nada, não questiono nada.
Malditas dúvidas, tento soluciona-las todo dia, mas
não consigo, preciso ser questionado, posto a prova. Só assim para saber mesmo
como agir.
Ficar filosofando não costuma ajudar em questões
dessas.
Quem é você?
Quem é você que fica ai escrevendo, achando que é
um escritor dos anos 40 alcoólatra e fumante?
Quem é você que... que... raios, nem me perguntar
quem eu sou esta sendo fácil.
Acho que realmente eu preciso de um psicólogo,
talvez ele consiga fazer as perguntas que eu preciso.
Quanta confusão para uma noite e um drink.
Quanta confusão para uma noite e um drink.
Talvez algumas feridas ainda estejam abertas.
Na verdade uma só ferida.
Talvez eu ainda não tenha me acostumado de a
solteiro novamente.
Talvez seja só uma fase, e depois que eu repetir
essas perguntas pra mim mesmo várias e várias vezes eu não encontre uma
resposta, mas encontre a tranquilidade.
As noites podem até estar sendo um pouco difícil,
mas pelo menos os dias estão melhores.
O céu mais azul que nunca, o ar está mais
limpo.
Claro que ainda existem pedras no caminho, mas nada
que não de para passar por cima.
Os dias estão realmente bonitos. Olhando pela
janela eu acabei de confirmar.
Um dia lindo, um almoço delicioso entre amigos
daqui a pouco e um pouco de ócio a tarde.
Talvez eu seja apenas um chorão noturno. Como um
bebê que precisa ser amamentado na madrugada.
Talvez seja isso, se for, é ate engraçado. Um bebe
com 22 anos, que mora sozinho.
É engraçado mesmo.
Se bem que tem mais uma questão.
Talvez tudo isso que esta descrito nas linhas
anteriores não seja nada mais que sentimentos humanos normais.
Talvez o que acho que deveria ser o normal, estar
bem resolvido e feliz todo o tempo, de dia e de noite sem duvidas, não seja
real.
Talvez eu seja um cara normal com sentimentos
normais.
Talvez ninguém saiba ao certo quem é de verdade.
Talvez um dos sentidos de viver seja buscar a si
mesmo.
Talvez se sentir sozinho seja um capítulo desse
aprendizado.
Eu vou lidar com isso tudo e ver o que vai
acontecer.
Acho que não preciso mais de um psicólogo.
Até a próxima.
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