terça-feira, 18 de agosto de 2015

Raciocinando



Parei no meio da encruzilhada,
olhando pros quatro cantos do mundo.
Sem medo de capeta, sem medo de estrada
Só um coração vagabundo,
à prova de chuva de águas passadas
e sem relógio pra contar os segundos.


Quero me embrenhar no mato,
gastando só a sola do sapato.
Vento forte rasgando feito canivete
Me perder a norte-sul ou a leste-oeste.
Sentir o gosto seco da poeira
misturado com saliva pela boca inteira


Vou fingir lucidez em cada gole de vinho
pois isso não requer esforço mínimo.
Deixar o nariz apontar o caminho
e a cabeça, da alma, perder o domínio
Entender que não fui feito pra ter ninho
que a liberdade é maior que o raciocínio




(Lucas Amâncio)

Nenhum comentário:

Postar um comentário