segunda-feira, 18 de maio de 2015

Os cacos do Caos



Ah, o lago morno
que se torna a vida
Água parada, no fundo
o lodo. Os pés atolados
Respira ar de pântano.
Mas uma dia ponteia
Maré de lua cheia, turbulência
Já não tem certeza,
Pensa. Pensa o que compensa.
Só lhe resta há dúvida?
Vai pra longe, onde? Mas foge
do juízo. Os olhos distantes
(vistas de querer covarde)
Digas Quem És Tu, e
porque o coração invade?
Os pensamentos fervem
É hora de partir?
Para algum lugar
Pra um lugar qualquer
Pra esquecer quem arranhou
Pra se perder da dúvida
Pra não pagar a dívida
E aquecer a dádiva...
Sem saber de saudade,
do que não revelou,
omitiu. E veste nova cara.
Mas vai, sem muita pressa
Vai, voa feito uma azulona
que leve evapora
Dê jeito aos pensamentos
que se não são seus,
melhor é ir embora.


(Iberê Martí)

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