sábado, 13 de dezembro de 2014

Autoajuda


Ei, tu que está ai parado
Levanta a cabeça e olha
O mundo inteiro lá fora,
em qual Ilha você se trancou?

Observe ao menos um instante,
As flores, as folhas, as abelhas
As pernas e os cantos dos pássaros
Depois olhe pro espaço, ao léu

Tenha um instante só seu,
Nem que seja em um cigarro
Trague suas angustias e fora
Vomite o incômodo, o breu

Crie tempo pra pensar,
passe horas no banheiro
(depois de descarga)
Suje a água límpida, na privada
Não se esqueça dos amigos
Os inimigos tem informações,
importantes, confidêncie, confabule
E depois perca tudo, não vale a pena

Esteja atento, na espreita
Desconfie da palavra do sábio
Escute o mendigo, o gari
E passe horas a sorrir...

Se venda as vezes também
Desse um preço, compre
Pague quando quiser...
Mas nunca faça de outros mercadoria

E nos dias que faltarem,
Lábios que lhe esqueceram
Os ouvidos que não escutaram,
A tua voz será vã outra vez

Mas não desista agora,
Não. Não desista nunca
a porta que abre e fecha,
aguarda ansiosa sua volta

Caminhe em frente, siga
Mesmo que não deverás,
aqueles que não merecem
sentirão saudade, sua falta

Guarde o Poema na cachola,
 E um dia recite pra Ela...
Sem somar, que não vale a pena

Mas ande, que a Vida é Bela!

(Iberê Martí)

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