Barros
seco que em mãos se esfarela
Na
lágrima que escorrega e molha,
E
inunda mais que o reservatório do pantanal
(Aquele
absurdo de cota, doce água acumulada)
Tu,
Manoel, é um divisor de bacias hidrográficas e gramáticas
O
teu devir é inventar... és sem divisas [livre], como o gado do pantanal
Um
dia você me fez lesma ao mostrar que há vida em pedra.
Depois
me tocou em pedra ao significar a importância das lesmas.
Hoje
eu nem sei se pedra, se lesma, ou caracol [caramujo]...
Meu
deus, me livre de tanta ‘ignorãça’, e me lança nas “pré-coisas”
E
me concede um pouco, um instante do absurdo, do abandono
Do
dom divino no olhar indiferente dos Andarilhos...
Me
permite ser barro preto, areia, argila orgânica do pantanal,
[e seu Amigo]
[e seu Amigo]
Manoel
cabeça de poeta!
(Iberê
Martí)
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