quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Manoel cabeça de poeta


Barros seco que em mãos se esfarela
Na lágrima que escorrega e molha,
E inunda mais que o reservatório do pantanal
(Aquele absurdo de cota, doce água acumulada)
Tu, Manoel, é um divisor de bacias hidrográficas e gramáticas
O teu devir é inventar... és sem divisas [livre], como o gado do pantanal
Um dia você me fez lesma ao mostrar que há vida em pedra.
Depois me tocou em pedra ao significar a importância das lesmas.
Hoje eu nem sei se pedra, se lesma, ou caracol [caramujo]...
Meu deus, me livre de tanta ‘ignorãça’, e me lança nas “pré-coisas”
E me concede um pouco, um instante do absurdo, do abandono
Do dom divino no olhar indiferente dos Andarilhos...
Me permite ser barro preto, areia, argila orgânica do pantanal, 
                                                                         [e seu Amigo]
Manoel cabeça de poeta!


(Iberê Martí)

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