sexta-feira, 11 de julho de 2014

Eu Nada!




Quando eu em mim nada, vagar vazio

Uma lâmina sem espada, olhar tardio

E me acostumar com esse absurdo mundo moderno

Correr pra algum lugar que escorregue desejos

De joelhos fronte ao altar do consumo, que me consome

 

Um produto efeito da máquina, engrenagem da fome

O meu estomago frio deseja mil auroras, nenhuma Aura

Boreal, materialista alvorada. A escada sobe em cada degrau

E no mais alto, quando tu chega, e nada vê. Você está só.

A caminhada é solitária nesta avenida.

Teu controle é, caminha e só

 

Transgredir o absoluto, para que o relativo se absolutize,

[nos tons, nas cores, na cordas do relativismo]

Existir sem nunca me encontrar, será minha sina...

Até que as pedras rolem em outros sons.

Nada que é exato me conforta

Nada que é inato me convém

O que seria tudo isso que gostaria de dizer, me esqueci

Meu corpo no último gole, no copo da esquina

Quase nada eu sei. E desconfio de quase tudo,

será real... ou nada sei. Eu nado...

Eu Nada!

 

(Iberê Martí)

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