quarta-feira, 2 de julho de 2014

Embaraço


 

Se me perco em mil e uma,

Convicções irreversíveis

Fatídico ponto de bifurcação

Equilíbrio perdido, graças a Deus

 

Se fico sem chão, sem teto

A turbulência se manifesta

Em diversidade, beleza

Plena desordem viva

 

Se caminho na corda bamba

O caos não probabilístico

Há flecha do tempo apontada

Em dois gumes, imprevisíveis

 

Se quando se toca e reage

Outro vulcão adormecido

Tuas redes neurais instáveis,

Não lineares no espaço

 

Se encontra enquanto se perde

E se encanta com a riqueza

Metamorfoses químicas aleatórias

Fronte a criatividade da natureza

 

Se sente falta dos livros,

que esqueceu de ler

E dos poemas que deixou,

Escritos na teia das ideias

 

Se autua a criatividade

E se acomoda no normal

Explica pelos olhos alheios,

Tu visão é apenas moral

 

Se lhe conforta uma ciência

Pequena janela, e o universo?

Se auto organiza na entropia

O tempo passa, você padece

 

Se tua rede não germinou,

Tampouco sabe se morreu

Tua semente não perpetuou

A cabeça rola e então vê

 

“O EU é um outro”

 

(Iberê Martí)

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