segunda-feira, 9 de junho de 2014

Tempos de Azar


 

Vivo em tempos de azar

Eu não ganhei no bingo

Trabalhei no domingo

E até aquele mendigo

Já veio me importunar

 

Então fui parar num bar

E sem pagar pelo caneco

Veio o dono do boteco

Me xingou de marreco

E começou a me expulsar

 

Ouvi uma sirene berrar                                                           

A polícia me levou preso

Com ar de menosprezo

E nem meu cigarro aceso

Me deixaram pra fumar

 

Depois da fiança pagar

Eu perdi o meu emprego

A sogra não dá sossego

E até o meu chamego

Não quer mais chamegar

 

Precisando me acalmar

Perdi a grana na loteria

Do remédio pra azia

Que o dotô da drogaria

Falou pra mim tomar

 

Sem mais nada esperar

Estou na noite calada

Caminhando pelo nada

Pensando onde a estrada

Agora vai me levar

 

Eu paro, eu olho pro mar

Sinto um vazio profundo

Sei que sou um vagabundo

Não tenho nada no mundo

Mas tenho o brilho do luar

 

(Stéphano Diniz)

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