O
contratempo contrapôs a contraprova. Provei nada, ninguém. Nem o gosto da gruta
se abriu para mim. Fruto do pecado, fruto do mar e do sal. Eis o que consome o
pequeno e vasto universo que circunda a nossa volta. Eis o sol arrependido de
um outro nascimento. Eis o nosso sistema vagando pela galáxia, em busca de
novas utopias. Eis eu impertérrito, imperfeito e (des)contento. Todos vagamos
na mesma órbita lunar, fazendo contraponto para antimatéria. Nossos sonhos,
nossas ilusões, nossa rebeldia. Pra tudo que um dia virou pó de estrelas. Pra todas
as estelares que contemplam a Gravidade em sua gravitação funcional. Sombras do
acaso, mensagens abstratas dos tempos e da história. Teu coração gagueja como
copa de árvore. Teu estômago leito imita raízes. Quando teu gosto terá alguma
probabilidade de abandono? Quando teu trono se compreenderá como húmus? Quando serei
eu um outro? Eu gostaria de rastejar minhas palavras ao
vento com a simplicidade cujo efeito é há vida. Mas quão complexa pode ser a
ideia de um ser humano, envolvido numa teia de infinitos outros sonhos.
(Iberê
Martí)
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