segunda-feira, 7 de abril de 2014

Semente

 

O espirito da vida só pode,

Ser compreendido pela poesia.

(A arte do acaso não cabe, nem em sonhos, em olhos céticos.)

O vento, dispersor natural, veio e me confidenciou uma vez:

Um grão de pólen aterrissou em minha existência.

Fiquei assustado com o gosto úmido, ovário do conhecimento

Senti minha fisiologia metamorfoseando embrião e fontes químicas.

(O tegumento do endosperma, em razão da minha insignificância materna)

Rezei meu terço, em trindade. Me eximindo existência, Deus.

Fiquei preso eternamente ao ovo da vida. Resisti.

Meus cotilédones se antenaram. Eis o eixo embrionário

Seus haustórios, suas reservas e nossa divina proteção.

Plantei minha plântula. Dispersei meus vícios e meios,

(Os dormentes, os latentes e os recalcitrantes)

Fotossintetizei em fotoblastimo positivo e negativo.

Germinou em meu coração, bendita evolução!

 

(Iberê Martí)

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