terça-feira, 8 de abril de 2014

Privatiza



Democracia ainda na infância

Privatizou o “partido”, o seu coração.

Quando direita, “direto” criança

Esquerdalizou, e perdiu perdão



Ainda vaga, na vaga dum teorema

Todos sonhando uma resolução,

Uma lei que enquadre o Sistema

Que cante poema, amor de irmão


Se o Poder governasse sozinho

Seria o Caminho na contramão.

Privatiza roda, que roda moinho

E prega os rumos da servidão


Há tempos derrubaram o muro

E a história sobrevive de contradição?

Privatizar tiro certo; é tiro no escuro

Competindo, inocente profusão


Ainda bem, que o povo não tem,

Há pólvora que alimenta canhão.

Privatiza por “graça”, o trilho do trem

Desgovernado que vem, em nossa direção


Eu compreendesse essa mania de bobo

Privatiza que o Errado é outro, o pagão!

Acorda pro mundo, quem gira a globo?

A Carta mima manga, e está com “platão”


Não peço pressa, nem meço clemência

Não tem desavença, é só ilusão.

Os fatos deixam, no rastro evidência

Privatiza ideais, morre imaginação


A quanto tempo o poeta dizia

Sem Ideologia não há solução.

Privatiza palavra, e a prática perdia

Talvez um dia, surja outra versão


Não tenho tempo, pra gente careta

Não penso em capeta, livre de opinião.

O mundo dos cegos é uma gaveta

Oval, feia e úmida; como toda prisão!


(José Tamuya)

Nenhum comentário:

Postar um comentário