Não
compro meu preço
Nem
cobro trocados
Trocando
em miúdos
Já
ando calejado
Não
sou parte, sou todo
Faço
da vida aos avessos
Tenho
meus compromissos
Por
meus valores apreço
Não
me entupa de informações
Procuro
na Sabedoria
Na
luz do conhecimento
Trilhar
trilhos novos e dias
Não
me cabem mandamentos
Meus
pensamentos são teias
Tenho
posicionamento
E
minha ideia incendeia
Quando
cortei o cabelo
Me
chamaram de traidor
Amigo
de feiticeiro
Amante
do esplendor
Não
carrego tatuagens
Nem
personifico em tribos
Meus
conceitos bobagens
E
trato todos como amigos
Aos
que blasfemam mudanças
Façam
da palavra vossa prática
Aceite
a solidão e o abandono
A
dialética é diva, didática
No
Meio, o fim é ferramenta
Toda
atitude transforma
Sensibiliza
a fome de outros
Na
mesa de quem se reforma
Descalço,
despido de alma
Acredito
em outros argumentos
Dou
créditos aos que sonham
E
não faço opções por lamento
Não
sou poeta, sou bobo
Meu
ninho pássaro que canta
Tenho
dúvidas e pesadelos
E
a porta bate na garganta
Minha
janela tem culturas
Casa
sem paredes ou teto
Cultuo
tantas maneiras
Neste
planeta de arquitetos
Quando
tráfego por pontes
Feito
menino ou palhaço
Encontro
outros horizontes
No
calor de quantos abraços
Prezo
tontas tolices
Acredito
em meus inimigos
No
vento sopro sandices
E
no acaso me abrigo
Não
controlo a história
Nem
me rendo ao passado
Temos
tanto há construir
O
mel nem sempre é amargo
Não
vago divisas ou cercas
A
desobediência meu carma
Peito
com peito arames
A
Utopia é minha arma
Não
tenho respostas
Busco
pelas perguntas
Nem
faço apostas
Tenho
minhas permutas
Não
vou dizer que sou feito
Nem
duvidar que estou pronto
Tenho
princípios de leito
E
não me confesso pra santo
Aos
que creem em magia
Entregam-se
ao destino
Percorram
outra alegoria
Engendrem
novo desatino
Não
sou careta, nem louco
Gosto
de bruxas e ciganas
Nosso
cordão umbilical
Fadas
de quem se engana
Meu
sorriso é tímido
Não
vim aqui pra dizer
Meu
amor pelos inválidos
Estes
que validam meu ser
Há
ideologia é pra beber
Na
fonte das (r)evoluções
Meu
coração vai querer
Amar
com outros, Corações!
(Iberê
Martí)
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