segunda-feira, 14 de abril de 2014

Calcanhar

 

Meu calcanhar desprotegido

Vaga por vários lugares

Vazio em campos temidos

E amante dos luares

 

Meu calcanhar desprotegido

Caminha junto a corrente

Como o olhar surpreendido

Ante indiferença do indigente

 

Meu calcanhar desprotegido

Pouco é dono de minhas palavras

Quando o silêncio interrompido

Roubam o ouro de minha lavra

 

Meu calcanhar desprotegido

Mal sabe as visões de tândera

Por todo o tempo percorrido

Fez se velha, a Nova Era!

 

(Iberê Martí)

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