Da
infância há lembranças que ficam
Vagas
vazias, labirinto sem porta de entrada
Lembranças
tolas, imagens singelas
Temo
esquecer, como exemplo, dormir na rede no meio da floresta
Em
noites molhadas, a água da chuva fazendo orquestra
Em
conta gotas, das folhas das árvores despencando na relva
Pura
e doce nostalgia - quase profana melodia.
No
outro, de manhazinha. Purpurina de encanto e festa
Alvorada
serena seca, com canto de orvalho no bico dos pássaros
Suas
gargantas a toda a tona. Reinventando a tristeza da noite
Ah,
quanta bobagem de lembrança abandonada.
Eu
que nem me ouso esquecer. (Nem por um instante.)
E
foi somente hoje que percebi o desmerecimento, minha indiferença
O
quão o inútil é imprescindível, âmago fundamental
Hoje
sei que a maior vantagem de dormir na rede,
É
balançar sonhos em um enredo de criança!
(Iberê
Martí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário