O que corta mais que Navalha
é palavra de poeta.
Em falas lentas,
compassadas e
pontiagudas.
Arrancando,
não de fora pra dentro,
mas de dentro pra fora
Esfacelando o viés destes conceitos
mórbidos.
Lançando ao espaço
certezas
prontas e absolutas,
absurdas
Mastigando gota à gota,
em conta gotas,
rimas improvisadas
Brindando o sorriso,
da mulher amada
– ao ledo lado do engano.
(Escrava sem termo aos
desavisos da vida. Meretriz hora rapariga)
O que corta mais,
palavra navalha em boca de
poeta
E amando o fracasso,
o tonto,
o louco,
o santo
e o palhaço
Conforto é o encontro com
outra mentira sincera
Digital,
analógica
ou quântica.
Petroquímica?
(Quanta idiotice? Excitação mental.
Egocêntrica)
Conta me outra mentira
diária.
Pague a conta e vamos embora
Contra mania cultura macabra.
Conforto da alma,
chama acesa
E o travesseiro,
maldito e culpado,
não me deixa dormir.
Na cama.
De cama.
Em coma.
Maldito Pedante.
Sorte que estou errado.
Sou omisso,
É indireta minha culpa
Seguindo a voz dos iluminados
que estão sempre certos
O que corta mais palavra de
poeta é navalha de diamante,
Dinamite.
Implosão transcendental
Banquete dos que perambulam,
Mortos
Brindando (ao brincar)
Com esse jogo infantil e,
Cômico nas palavras mortas,
Dos Vivos!
(Iberê Martí)