segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

RESISTÊNCIA


Peço licença,
Me nego a viver a absoluta onipresênça
desse deserto de sentimentos,
feito de imensidão de ausência,
do mais puro vazio existencial.

Me nego a propagar o excesso de nada,
que habita mentes e corações,
a cegueira tácita e vil que se perpetua pelo ar,
e que contamina a Humanidade, impedindo-a de perceber,
que o fim do mundo que já se deu em silêncio, sem alarde...

Todos vivem uma mentira, que já não é vida,
nesse mundo, já falido e falecido,
de seres que sofrem em ambiente hostil,
onde poucos travam a luta pelo despertar do sono profundo do Planeta,
pelo abandono da abstinência de sentido,
gerado pelo domínio da matéria e aparência sobre a essência.

Nebulosamente corações repentinamente se despertam,
mas as forças coercitivas do convite à ostentação,
da ilusória felicidade emanada das mentiras retratadas,
das conversas superficiais sobre superficialidades,
seduzem cruelmente as almas por nova redenção,
Pela adoção do irreal como significado da existência...

Gritemos, então, nossa resistência!!!
Ouçam as vozes que imploram pela renúncia do vazio,
que tentam gerar o despertar do sono cadavérico que o capital semeou,
que suplicam pela abdicação da esquizofrenia social,
que rogam pelo resgate do prazer único e irresistível de amar a todos e ser amado.
do júbilo pela comunhão, pela entrega, pela doação e pela compaixão,
que criam o fluxo positivo entre seres, e que tornará possível o renascer do universo!


(JOANA CAJAZEIRO)

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