quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Dona Moça Liberdade


Liberdade
Tu não é branca, tampouco novena
Mameluca, cabocla, morena
Liberdade
Tu não é brava, nem branda
Basta olhar e meu peito debanda
Liberdade
Tu não é grande nem pequena
Não cabe em grades, algema ou poema
Liberdade
Tu não é forte e jamais será fraca
Engrenagem, ventana ou catraca
Liberdade
Tu não é amarga, tampouco doce
Arrepia goela, desce
Liberdade
Tu não é triste nem alegre
Singelo sorriso para quem te carregue
Liberdade
Tu não é feia, também não é bonita
Mas tua beleza deixa mente aflita
Liberdade
Tu não é baixa, nem alta
Foste feita à medida, exata
Liberdade
Tu não é rica e jamais será pobre
Furtaste sutileza no imaginário dos nobres
Liberdade
Tu não é quente, nem fria
E quem não lhe entende, tem a vida vazia
Liberdade
Quem (re)conhece teus sorrisos?
Improvisados e autênticos
Liberdade
Que tem o prazer de tua alma?
Em tua bravura desagua
Liberdade
Mágica e irreconhecível
(Aos olhos desatentos)
Liberdade
Brinde gole de cicuta
Tu és meu altar!


(Iberê Martí)

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