Liberdade
Tu
não é branca, tampouco novena
Mameluca,
cabocla, morena
Liberdade
Tu
não é brava, nem branda
Basta
olhar e meu peito debanda
Liberdade
Tu
não é grande nem pequena
Não
cabe em grades, algema ou poema
Liberdade
Tu
não é forte e jamais será fraca
Engrenagem,
ventana ou catraca
Liberdade
Tu
não é amarga, tampouco doce
Arrepia
goela, desce
Liberdade
Tu
não é triste nem alegre
Singelo
sorriso para quem te carregue
Liberdade
Tu
não é feia, também não é bonita
Mas
tua beleza deixa mente aflita
Liberdade
Tu
não é baixa, nem alta
Foste
feita à medida, exata
Liberdade
Tu
não é rica e jamais será pobre
Furtaste
sutileza no imaginário dos nobres
Liberdade
Tu
não é quente, nem fria
E quem
não lhe entende, tem a vida vazia
Liberdade
Quem
(re)conhece teus sorrisos?
Improvisados
e autênticos
Liberdade
Que
tem o prazer de tua alma?
Em
tua bravura desagua
Liberdade
Mágica
e irreconhecível
(Aos
olhos desatentos)
Liberdade
Brinde
gole de cicuta
Tu és
meu altar!
(Iberê
Martí)
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