terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sereia iara


Passos, passos
Firmes
Sobre a areia
Iara
Tua ceia
Incendeia
Corpos e copos
E seus desejos...
Passos lentos
Compassados
Nariz empinado
Olhar Lua Cheia
Brilho castanho
Margeia retinas
Atina,
Meiga menina
Guerreira enfeitada
Se pinta,
com tinta
(jenipapo, urucum)
Bochechas e roxas
Fala rouca
Conversa com árvores,
perdida
Iara destemida
Tu ensaia
De saia,
[leve encanto das índias]
E sai pra outro
Mundo
Deixa o peito
Moribundo
Atiça artéria
E a veia
Vasos de barro
Pote sanguíneo
Iara sereia
Índia pele
branca
Sangue vermelho
No espelho
Se blinda
Tu nem traz a resposta
Já invoca a pergunta
Invocada alheia
Deteriora certezas
Está é tua beleza
Agir pressentir
(Sentir por sentir)
Amante das matas
Senhora das águas
Atrai e me cega
No fundo do rio
Cego homem,
animal indefeso
Afoga paixão
Tece teia
Preso ou presa?
Aldeia tentadora
Emerge do rio
Pisa a terra
E de longe...
Escapole, foge escapa
Esperta e atrevida
Oh, iara querida
Sereia da vida
Outra real
- fantasia folclore -
Em minha mente,
Inventiva!


(Iberê Martí)

Nenhum comentário:

Postar um comentário