Careço de toque,
mão...suavidade,
calor e arrepio,
cafuné... carícias,
desejos...
Quero amor: vida!
Transpor limites,
invadir a alma!...
Disritimia de emoções a perdurar no peito,
em continua transmutação...
Quero olhar nos olhos...
olhares... entorpecida mente...
Fúria do desejo,
lábios, beijo,
maciez de aproximação...
Quero transitar entre paixão e ódio,
tecer o puro desejo do desejo,
de ser completamente correspondida,
que atiça, enfeitiça e estremece o coração...
Calma... respire fundo
. . . Se contenha!
Afoga teu grito!
. . . Silencie tua alma...
Não! Clame...reclame,
Sim!...quero clamar meu desejo!
Quero perder o chão,
mergulhar na absoluta entrega do indecifrável,
na possibilidade única de ser alma!
Amar ser sem limites, sem fronteiras...
sem caminhos, sem passado, sem futuro... por inteiro!
Num tempo constante de contínuo presente,
onde insistentemente quero achar você...
Me guie... seja eu na perda de mim mesma,
na absoluta existência em ser amor,
no torpor divino e indescritível
de ser dois em um corpo,
de ser um em dois corações...
(JOANA CAJAZEIRO)
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