O
padrão de beleza, tanto feminino quanto masculino, varia de acordo com a
sociedade, com a cultura, com a época, de pessoa pra pessoa. Nosso padrão de
beleza remete aos gregos: basta lembrar daquelas estátuas de homens musculosos
e altos, e mulheres magras, com seios fartos, cintura fina e quadril aberto. No
fim das contas, existe um padrão estético cultural mais ou menos definido. Os
que se aproximam disso são considerados mais sedutores, ao contrário dos que se
distanciam dessa faixa, considerados – coitados – feios.
O
primeiro grande selecionador dos mais e menos atraentes sempre foi a
hereditariedade combinada com o acaso. Pega-se as características herdáveis dos
progenitores, joga-se numa loteria genética e tem-se o resultado. Pessoas saem
belas ou não.
O
segundo grande selecionador é o comportamento das próprias pessoas – a
simpatia, o carisma, o modo como se veste, os adornos que utiliza. Mas a
vaidade nunca foi o pecado capital preferido do diabo. Parece que, de um tempo
pra cá, virou o pecado – ou benção – entre as mulheres.
Até
pouco tempo atrás, era fácil distinguir as mulheres bonitas das feias. As
bonitas, de cabelos arrumados, belos olhos, boca sedutora, magras e de belo
corpo. As feias, geralmente com algo de assimétrico ou que destoa – um nariz
grande, dentes estranhos, quilos a mais. Para consolo dos perdedores da loteria
genética, tentava-se minimizar este fato. Dizia-se que o importante mesmo é
beleza interior, de nada vale a beleza se nada vale a pessoa. Nada mais
correto, mas porque não admitir que existe gente mais e menos bela? O grande e
eterno mestre Vinícius de Moraes, em seu tempo e com razão, disse: “Que me perdoem
as feias, mas beleza é fundamental”. Quebrou tabu em sua época, mas... hoje
poderia não estar tão certo.
As
mulheres se tornaram independentes. Começaram a ter o próprio dinheiro, as
próprias vontades. A vaidade veio junto. Se tornou acessível melhorar o
sorriso, basta consultas no dentista. Ir ao cabeleireiro também se tornou coisa
fácil. Produtos estéticos nunca estiveram tão baratos, como batons, colares,
maquiagem. Roupas também. Sapatos diversos, sandálias, saltos. Até mesmo
algumas cirurgias plásticas, como lipoaspiração e implantes de silicone. Para
manter o belo corpo, academias de ginástica ficaram também comuns, bem como
produtos com poucas calorias. Com o aumento da qualidade de vida e avanços da
medicina, mulheres conseguem driblar as judiações do tempo, as “quarentonas” ou
até “cinquentonas” estão mais belas. E as garotas estão ficando vaidosas cada
vez mais novas.
O
resultado de tudo isso é que as mulheres estão mais bonitas. Meu Deus, basta
sair nas ruas e observar como as mulheres estão bonitas! Arrumadas, vaidosas,
cheias de vida. Radiantes, maravilhosas, lindas, belas. Como as mulheres estão
bonitas! Pena que o mestre Vinícius de Moraes não pode apreciar estes tempos!
(Stéphano
Diniz Ridolfi)
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