terça-feira, 22 de outubro de 2013

Quando tudo passar


Quando tudo passar
E a gente avistar o sorrir
Alegria voltar
E o campo florir
Tudo que enfrentar
Tudo que sofri
Seja o quanto sonhar
Vida maior vou sentir
Beleza que há
Vou então descobrir
A maldade do mundo
Mesmo assim amanhecerei ao seu lado

Quando tudo passar
A gente voltar a cantar
Pássaro que brilhar
Borboleta seguir
A retidão de seus conceitos
Prova de suas palavras
Amargo gosto,
Pros incautos
Tudo será
Tudo permitir
Vamos encontrar, vamos resistir
E mesmo assim não direi tudo que compõe meu silêncio

Quando tudo passar
O mundo girar
Eu aprender a lutar
Por este velho caminhar
Por entre brasa e varjão
Meu coração vai saltar
Boca de outro coração
Tudo que ficará
Lembrança e vastidão
O calor de meu lar
Entardecer com o calor do sertão
Mesmo assim não sentirei tudo que poderia

Quanto tudo passar
Quando está febre baixar
Enfermidades, e a gente juntar
Os cacos pelo chão
Remontar as forças
Orgulho e solidão
Homem quando chora
Estremece, ilumina escuridão
E aprender a cantar
Uma nova canção
Este frio cessar, minhas veias abertas
E mesmo assim não agradecerei por tudo como deveria

Quando tudo passar
Vou reencontrar
Destino em algum lugar
A Vida terá um norte
Um caminho
Um sentido,
É um sentimento, único
O que será?
Amanhã voltará
O tempo, meus passos
Seus passos ao teu lugar
Mesmo assim suas pegadas serão eternas

Quando tudo passar
A semente germinar
O legume plantar
Sua aurora, nas curvas do rio Tapirapé
Há encantar
A janela de nosso lar
Eu aprender a falar
Falar de paixão
Inflama a garganta este triste
Ascender coração
Enquanto tudo passará, um dia
Eu só sei fazer poesia

Quando tudo passar ...


(Iberê Martí)

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