Não digo nada,
não penso nada,
não sinto nada,
não há tempo...
Sou consumida para produzir
para que eu consuma,
para que os outros consumam,
infindavelmente até a natureza acabar.
Produção de matéria,
extinção de vida,
reprodução interminável,
de tudo que não tem valor.
Era do descartável.
Descartam-se produtos,
descartam-se pessoas,
descartam-se sentimentos.
O amor é clichê,
eu sou clichê,
a vida é clichê,
ser não importa mais.
Só preciso de tempo,
de um descanso,
nesse mundo impiedoso,
com quem deseja viver mais do que ter.
(JOANA CAJAZEIRO)
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