quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A um pássaro da liberdade


Meu pescoço não respira...
O vento inventado
o ar me tira...
Meu rosto no espelho
Eu acho tão engraçado
Quem é agora
Um boneco fantasiado?

O bem-te-vi, na arapuca, caiu
Trocou o voo pelos grãos que conseguiu
O bem-te-vi, na arapuca, caiu
Trocou a liberdade pelo comodismo que pediu

A pele se repele em alergia
Roupa de festa
No dia-a-dia
Minha consciência testa
A minha mentira...
Quem caiu do cavalo
Em plena montaria?

O sabiá perdeu o equilíbrio
Trocou o galho pelo concreto do edifício
O sabiá perdeu o equilíbrio
Trocou toda uma vida por falsos princípios

Na boca, um gosto vazio
A minha voz entalada
Nenhum canto, nenhum pio...
Já não vivo estrada
Em meu caminho, não assobio
Quem cala consente
Perde a voz devido ao frio...

O pardal foi atingido, engaiolado
Trocou o ninho por um nó apertado
O pardal foi atingido, engaiolado
Trocou sua natureza por poucos metros quadrados


(Lucas Amancio)

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