Praticar
o abandono transpôs de regra a Norma
Ao desapego repleto de bens imateriais
Largou
na porta de casa simbólicos valores falidos
(em Casa já não havia portas, esquadros, janelas, quadros.)
Falência
múltipla de órgãos – que antes era, sobrevive hoje sem chão
Nem
conseguiu a fotografia eternizar, desbotou
Perdeu
o tom, ganhou cara de pintura de criança travessa
Nas
ruas os postes já não iluminam. Ganharam função de poleiros
Pra
pássaro – que sempre foi de melhor serventia.
É tudo foi se desbotando. Há um passo leve,
imperceptível
Muitos
gritos e ações enérgicas tentaram reavivar a pintura
[com
a mesma tinta, as mesmas mãos, e o peso das mesmas Ideias]
Relutaram
bravamente, enfrentaram o preço da História
É foi borrando, se sujando de sua própria tinta
Ficaram
presos na lama. Como última instância criaram Leis.
O
desapego foi praticado, e praticando
Logo
tudo perdeu o sentido, a essência
Antes
tudo que era, agora pura decadência
Não
haviam mais carros, nem lojas, quanto menos cercas
Foram
abandonados a serviço da inutilidade
Como
é triste o abandono do Desapego
O
lamento de quem não chora, vivo sentimento
Por
um momento toda estrutura caiu
Ruiu
nas cinzas de enorme parafernália
Depois
o desapego encontrou no abandono o Verbo
É o
Verbo compôs o abandono em Palavra
Quimera
em frases repetia:
“Vendem-se Sonhos! Vendem-se Sonhos”
(Iberê
Martí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário