Poti
era indiozinho cabaça de cuia virada
Pescava
com timbó, e seu arco sua flecha
Apontava
sua lança pro céu ao espacionalizar o infinito
Acreditava
em vida extra terráquea e, convencia árvores e caramujos
É
sempre repetia: Eles (os de outras galáxias) são legais!
Seu cocar
era um disco voador, espaçonave: amorfo coração
Metabolizava
no imaginário sua levada inconsistência
Produzia
hormônios pra encantar seu crescimento
Em
síntese, em suma carregava cabeça virada
[de
cuia, e Oca sem teto cerne oco]
Meristema
jenipapo criava verbos com pernas de maritacas
Um
dia desajuizado comprou máquina de fabricar Solidão
- pensou ser possível transfigurar a função de
uma máquina de sorvete.
Água
em gelo, é a essência dos solitários
Encabeçou
cuité em seu frio projeto
Descobriu
que a sociedade nada mais é uma ilusão coletiva
Poti,
menino índio, conseguiu aprumar seu juízo; produzir solidão
É
revendeu aos astronautas. Canoas de casca de jatobá
Poti,
agora era, o pseudônimo de sua carência
Vivia
na selva das ideias, no rio de pedra, na floresta cibernética
Flores
e janelas cultivando remar a solidão na lua
Poti
pensou e disse: que não tenho, Eu; Invento
Solidão
não se faz em presença/ausência
Em
resumo é a falta do sumo cítrico nos olhos,
transpirando
distâncias Poetizas e Sonhos...
Amigos
transdimensionais transbordavam seu abandono
Cabaça
cabeça de Vento em cuia cuité,
Menino
Poeta Poti!
(José
Tamuya)
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