terça-feira, 16 de julho de 2013

Poti Poeta


Poti era indiozinho cabaça de cuia virada
Pescava com timbó, e seu arco sua flecha
Apontava sua lança pro céu ao espacionalizar o infinito
Acreditava em vida extra terráquea e, convencia árvores e caramujos
É sempre repetia: Eles (os de outras galáxias) são legais!
Seu cocar era um disco voador, espaçonave: amorfo coração
Metabolizava no imaginário sua levada inconsistência
Produzia hormônios pra encantar seu crescimento
Em síntese, em suma carregava cabeça virada
[de cuia, e Oca sem teto cerne oco]
Meristema jenipapo criava verbos com pernas de maritacas
Um dia desajuizado comprou máquina de fabricar Solidão
 - pensou ser possível transfigurar a função de uma máquina de sorvete.
Água em gelo, é a essência dos solitários
Encabeçou cuité em seu frio projeto
Descobriu que a sociedade nada mais é uma ilusão coletiva
Poti, menino índio, conseguiu aprumar seu juízo; produzir solidão
É revendeu aos astronautas. Canoas de casca de jatobá
Poti, agora era, o pseudônimo de sua carência
Vivia na selva das ideias, no rio de pedra, na floresta cibernética
Flores e janelas cultivando remar a solidão na lua
Poti pensou e disse: que não tenho, Eu; Invento
Solidão não se faz em presença/ausência
Em resumo é a falta do sumo cítrico nos olhos,
transpirando distâncias Poetizas e Sonhos...
Amigos transdimensionais transbordavam seu abandono
Cabaça cabeça de Vento em cuia cuité,
Menino Poeta Poti!

(José Tamuya)

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