Criação
veio malha, em um vazio rarefeito
Caiu
um ser resmungão, nunca está satisfeito
Inventor
deste tempo, e calha: pra tirar bom proveito
(mesurar,
reprimir e moldar do seu jeito)
Medo
vangloria o metralha, e esqueçam seu feito
Mal
sabia o astuto. Somente quando surge o efeito
Na
memória que falha: o Mistério perfeito.
Memória
se fica quem seleciona é o Sujeito
Tentam
calar a navalha. Buscam arrumar o defeito
Vai
ficar de castigo, vai minguar no seu leito
Não
há espaço que valha um viver sem direito
[nem
no tempo justiça; nem no vento malfeito]
Se
este fogo atrapalha, vamos falar em preceito
Água
ardente esquece, faz do trabalho o Preito
Pode
me abraçar a mortalha, mas eu nunca que aceito
-
rabiscar teias no silêncio; guerras entre conceitos... -
Vou
poetizar a batalha. Não existe tempo em meu peito!
José
Tamuya
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