quinta-feira, 23 de maio de 2013



Andava,
Sem mais o que fazer
De repente, corri
Corri pros braços
E pro útero de minha mãe
Corri pra segurança
E pra casa do meu pai
Corri da velhice
E da caretice conservadora
Corri do homem
Corri da mulher
Corri do mundo
Corri de medo
do que está por vir
Corri do futuro
Corri do tempo
Corri do que está por vir
Corri do que vi
Corri da cegueira
Corri dos monstros
Corri dos fantasmas
Corri do cachorro do vizinho
Corri como num pesadelo
Corri, corri, corri
Corri de desespero
Corri como quem corre
Da própria morte
Eu corri de mim
Eu só estava com saudade
De correr no pique esconde
De correr no pique pega
De correr no rouba bandeira
E de correr no futebol

(Stéphano Diniz)

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