Foi
súbito inventar o feitiço do tempo. Ilusão de controle que emergiu desde então.
Se no passado tudo é um vasto paraíso. No futuro imprevisível, imaginável
escuridão. Refazer o Presente que pertence ao acaso (Oportuno ao desencontro da
Sorte). Sobrevivemos por longos períodos perdidos. Longe da compreensão do
espaço, dos céus. Pra cada causo acontecido uma causa divina. Atribuía tudo em mistério
onde frutificava imaginação. Hoje ao saber de tudo um pouco mais. Lamentamos querendo
esquecer, e voltar a sonhar. Não. Não cometa suicídio em vida. Largue as pílulas
da depressão. Largo o apego às
partículas em luto. (Átomos no grude dessa vã existência). Não me importa a
careta ciência. Este estágio de húmus fúnebre! Vem da vontade de viver e resistir.
Contrariando qualquer cética teoria (camicase). Qualquer forma de controle, de
vadio poder. Não há uma razão para condensar a matéria. Inexiste algum sacrilégio
para não estar aqui. Delirantes inverdades maquiadas. Vivendo entre o medo e a encruzilhada.
Esse Ego vazio em despretensa soberba. Há quem enganas os cegos. Variantes variáveis
materiais, nada mais! Veja o abrigo das nossas ilusões. Cortantes artérias pulsando
sensações. O que passa, o que fica (petrifica). Na ponta do lápis apague com
borracha. O apego deixe oculto (esqueça). Lá no céu as constelações estão
mortas. Partiram há quanto tempo, atrás. De algo perfeito e sincero. Que jamais
existiu, ou não existe mais. Nenhum sorriso, nenhum olho (imersa cortina de
fumaça). Sacrificadas estão as sumárias conclusões. Somos uma bagunça
organizada. Não sabemos de tudo. (Não viemos de origem Nada). O Nada e o Tudo.
O tudo e o nada. Tudo sobre tudo em um nada. Aqui estamos: imperfeitos Sobreviventes!
(Julián Pierre-Henry)
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