terça-feira, 19 de março de 2013



Foi súbito inventar o feitiço do tempo. Ilusão de controle que emergiu desde então. Se no passado tudo é um vasto paraíso. No futuro imprevisível, imaginável escuridão. Refazer o Presente que pertence ao acaso (Oportuno ao desencontro da Sorte). Sobrevivemos por longos períodos perdidos. Longe da compreensão do espaço, dos céus. Pra cada causo acontecido uma causa divina. Atribuía tudo em mistério onde frutificava imaginação. Hoje ao saber de tudo um pouco mais. Lamentamos querendo esquecer, e voltar a sonhar. Não. Não cometa suicídio em vida. Largue as pílulas da depressão.  Largo o apego às partículas em luto. (Átomos no grude dessa vã existência). Não me importa a careta ciência. Este estágio de húmus fúnebre! Vem da vontade de viver e resistir. Contrariando qualquer cética teoria (camicase). Qualquer forma de controle, de vadio poder. Não há uma razão para condensar a matéria. Inexiste algum sacrilégio para não estar aqui. Delirantes inverdades maquiadas. Vivendo entre o medo e a encruzilhada. Esse Ego vazio em despretensa soberba. Há quem enganas os cegos. Variantes variáveis materiais, nada mais! Veja o abrigo das nossas ilusões. Cortantes artérias pulsando sensações. O que passa, o que fica (petrifica). Na ponta do lápis apague com borracha. O apego deixe oculto (esqueça). Lá no céu as constelações estão mortas. Partiram há quanto tempo, atrás. De algo perfeito e sincero. Que jamais existiu, ou não existe mais. Nenhum sorriso, nenhum olho (imersa cortina de fumaça). Sacrificadas estão as sumárias conclusões. Somos uma bagunça organizada. Não sabemos de tudo. (Não viemos de origem Nada). O Nada e o Tudo. O tudo e o nada. Tudo sobre tudo em um nada. Aqui estamos: imperfeitos Sobreviventes!
(Julián Pierre-Henry)

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