Joga
o jogo, que o jogo é jogado
Na
meta o arqueiro e sua flecha arrematando distâncias
Entre
o beque e o oponente há sempre uma canela que fica
Se
no juízo do volante, houver limitada visão:
Desprotegidos
o goleiro, o zagueiro e o time do coração.
Mas
se o volante roda a engrenagem, inverte o jogo
Antimecânicas,
instantâneas ações, procura o ponta que buscar ajudar
Se
tabela com o Dez, faz o público vibrar
Nem
sei se haja sincronia perfeita, mas que os laços imperfeitos, são – isso são.
Antevê
o artilheiro pendurado na rede, nos braços da turma e da bela torcida
Inexiste
métrica até mesmo ao compasso, se o passe de letra, errou faz careta
Nem
sei se tem métrica ou estratégia, no elástico que veste o grande embaraço
Tomar
entre as pernas verdadeiro palhaço
Se
eu fosse o garrincha jogaria de muletas
Pra
quem esquenta a moleira, e acha que é serio....
Vencer
no futebol é um verdadeiro mistério
Quantos
ambientes internos, quantos males externos
De
onde emergem as estórias? Que sustentam essa paixão
Torcer
por torcer, torcer torcedor
Sem
risco de vencer e sem ser perdedor
Na
alegrias incontida, nas fortalezas de gelo
No
instante que separa o herói e o reles artilheiro!
No
julgamento de juízes impróprios
Na
velha certeza que ninguém nunca vai ter
Sou
amante do futebol as antigas
Onde
seriedade era levada na descontração
Ações
espontâneas de artistas da bola
Futebol
de agora, já nem tem mais tesão.
(Iberê
Martí)
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