quinta-feira, 6 de dezembro de 2012




Ao partir, Niemayer deixou algo mais, algo menos, mais ou menos...
Ao sair de fininho de sua brasília, sem asas ficaram as águas tortuosas do cerrado.
Ao deixar uns choraram, outros sorriram. Os menos incultos ficaram estáticos.
Na areia de Copacabana. Comendo cimento.
Que sem a mão modeladora nada seria. Apenas rocha ou húmus, talvez.
Resta a dúvida se roucos os visionários, os futuristas: poetas, sábios, e os artistas.
Arquitetos do mundo? Carregando as blasfêmias imediatistas: dos que sabem de tudo.
Mudos, roucos e calados. Morrem assim todos transcendentais pensamentos.
Nasce a esquizofrenia de alguém “achar” que um dia lhe entendeu.
Amantes de sua pureza tão pura.
Floresce a certeza em “verdades” que tu nunca disseste.
Quantos mortos-vivos a penar interpretações? Sobre alicerce de supostas conclusões.
Na paranoia incerta de seus discípulos e suas escolas.
Morre o homem, emerge o mito. E a mitologia.
Os que sabem não carregam a certeza. Não carregam nada. Nem fadas.
Hoje eu posso falar, nestes tempos ou hoje em dia.
Amigo, eu nasci no lugar de sua fundação mitológica.
Por isso, eu posso falar. Eu tenho esse direito. E quem não tem?
Vaquejando vagarosamente nestas planícies de ar quente
Aprendi que é impossível uma compreensão, por completo, de Gênios.
Incógnitas em suas linhas marcadas no tempo e no espaço.
Há muito mais ou muito menos. Mas hoje a terra é um pouco menos.
Fantasia: ao desenhar você partir!

 (Iberê Martí)

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