Ao partir, Niemayer deixou
algo mais, algo menos, mais ou menos...
Ao sair de fininho de sua brasília,
sem asas ficaram as águas tortuosas do cerrado.
Ao deixar uns choraram,
outros sorriram. Os menos incultos ficaram estáticos.
Na areia de Copacabana. Comendo
cimento.
Que sem a mão modeladora
nada seria. Apenas rocha ou húmus, talvez.
Resta a dúvida se roucos os visionários,
os futuristas: poetas, sábios, e os artistas.
Arquitetos do mundo? Carregando
as blasfêmias imediatistas: dos que sabem de tudo.
Mudos, roucos e calados. Morrem
assim todos transcendentais pensamentos.
Nasce a esquizofrenia de
alguém “achar” que um dia lhe entendeu.
Amantes de sua pureza tão
pura.
Floresce a certeza em “verdades”
que tu nunca disseste.
Quantos mortos-vivos a penar
interpretações? Sobre alicerce de supostas conclusões.
Na paranoia incerta de seus discípulos
e suas escolas.
Morre o homem, emerge o
mito. E a mitologia.
Os que sabem não carregam a
certeza. Não carregam nada. Nem fadas.
Hoje eu posso falar, nestes
tempos ou hoje em dia.
Amigo, eu nasci no lugar de
sua fundação mitológica.
Por isso, eu posso falar. Eu
tenho esse direito. E quem não tem?
Vaquejando vagarosamente
nestas planícies de ar quente
Aprendi que é impossível uma
compreensão, por completo, de Gênios.
Incógnitas em suas linhas
marcadas no tempo e no espaço.
Há muito mais ou muito
menos. Mas hoje a terra é um pouco menos.
Fantasia: ao desenhar você
partir!
(Iberê Martí)
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