Eu não pretendo lástimas
de amor, vazias promessas
E tampouco desejo domar
vossa irreverência, rebeldia.
Não quero tua alma. Roubar
teu sorriso, o teu sangue
Ou mesmo aprisionar os
teus lábios. Em doses diárias,
de ilustradas mentiras.
Coloridas de ilusões e reverências.
Mas, podemos (con)fundir
nossos corpos em noite de lua.
Na relva molhada,
impregnar capim-gordura, se lambuzar
De mel e prazer. E na
rua declamar alegria aos andarilhos.
Quero sentir tuas
dores, teus partos, nossos pactos
Roubar flores primavera,
na delegacia, e lhe presentear.
Travessia de montanhas,
e afagar o anoitecer de teus pesadelos
Amanhecer seus braços, me
encharcar no suor de seus sonhos.
Enfrentar arapucas,
saltar armadilhas, brincar com o destino
Resplandecer poesia. Provar tua margem amargura, sem cura.
Nadar tuas águas
profundas, e acender teu oceano. Sem planos...
De maremotos e
aventuras, repousar. No ferver de teus olhos
- estes vorazes [castanhos] que me acompanham, feito sombra!
(Iberê Martí)